segunda-feira, 25 de agosto de 2014

domingo, 15 de junho de 2014

A eternidade nos teus braços, era pouco pra entender, que o vermelho dos teus lábios, era o sangue do meu ser.
O que você esconde?
Qual o seu medo?
Medo de mim?
Ou de si mesmo?
Medo da sombra?
Da sua alma?
De que eu seja seu segredo?
O mesmo amor que assombra é o mesmo amor que acalma
É estranho, mas amor seria
O mesmo amor que espanca é o mesmo amor que afaga
Fosse de luz iluminaria a escuridão de uma vida
E meus pedaços de revolução
Meu coração não tem saída
E meu desejo vai à contramão
O amor não tem explicação.


https://www.youtube.com/watch?v=HBYH9qp94Qc

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Escuridão.


Que valor haveria se não tivéssemos nos permitido visitar a escuridão?

A tristeza é o telescópio da verdade, e ela mora nas frestas de uma quarta feira chuvosa qualquer, no exato instante em que você volta para casa e senta perto da janela com um livro nas mãos, sabendo que, cedo ou tarde, a Tristeza, essa dama, voltará e bater na porta para convidar você a dançar.

Ao aceitar, você estará automaticamente aceitando se transformar, porque a verdade é que não há outro modo de se tornar uma pessoa melhor, mais humilde, mais atenta, menos vaidosa e menos orgulhosa senão dar as mãos à tristeza e sair rodopiando com ela pela sala.

A alternativa – negá-la – fará de você uma pessoa menos sensível, menos atenta, mais ligada à enxurrada de futilidade que flerta com cada um de nós todos os dias.

Vivemos num oceano de imensas dores, basta olhar em volta.

E, mesmo que a alegria suprema fosse amplamente alcançável, seria possível ser completamente feliz enquanto existisse um ser vivo sofrendo na Terra?
O nascimento de um homem é o nascimento de sua dor.

E, se há mesmo um criador de tudo isso, ele talvez esteja esperando que matemos a última grande charada: a de que, ao espantarmos os demônios, estamos mandando embora com eles também os anjos. A de que, ao escaparmos da dor a todo custo, estamos aceitando deixar de reconhecer a felicidade em suas infinitas tonalidades e possibilidades.

Aí fica fácil perceber que Deus e o diabo não são inimigos, mas complementos. E que o contrário do amor não é o ódio, mas o medo – especialmente aquele medo que nos é apresentado em trajes de gala: o medo de sentir.

Lembrei de um dia em que vi minha mãe chorar, do dia em que intuí que seria mais adequado não falar a respeito da inescapável tristeza que é viver um dia após o outro.

E eu, que recentemente fiz as pazes com toda a escuridão que me cerca, gostaria de ter, naquele dia, podido dizer a minha mãe que esse era mesmo o ritmo das coisas nesse planeta maluco em que nascemos, e que, no final, tudo ia ficar bem.
Há uma teoria que diz que para escrever as melhores e mais românticas histórias, é preciso estar sofrendo um pouco. 







A poesia pede um pouco de dor.

Já não lembro.


Não confunda a minha falta de ar e essa chuva lenta e sóbria com o sentimento que há muito escorreu daqui.

Não se engane, não me engane com ares de quem explorou cada centímetro da minha alma. Eu mudei. Mudamos nós.

Por favor, não me abrace como se abraçam os velhos amigos que se reencontram. Meros conhecidos que somos.

A amizade pede terreno fecundo e custa a brotar entre o sal das palavras disparadas.

E se acaso meu abraço te parecer grave ou urgente, não estranhe. Vê se te lembra que o vinho me deixa assim tão emotiva.

Não pergunte como vão as coisas. Estão todas no mesmo lugar.

Aquele vinho manchou o tapete, e o lírio que plantamos, floresceu de novo. Apenas a senhora da padaria já não pergunta mais de você.

Ah, não. Não fique muito. Toma, leve esse sorriso e não olhe pra trás. Se algum barulho te lembrar um soluço, esquece. Que já te esqueci.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer.

Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara.

Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam, de fato.

Os esforços não são para compreendê-la, e, sim, para disfarçá-la, sufocá-la.

Ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais.

Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for.

Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
O amor é o ridículo da vida. 

A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo.

A vida veio e me levou com ela.

Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas.


Morrer não dói.

- Cazuza.